sexta-feira, 12 de junho de 2009

Deficiência Intelectual


A escola como espaço inclusivo deve oportunizar ao Deficiente Intelectual o desenvolvimento das diferentes habilidades, organizando seu currículo levando em conta que as crianças e adolescentes possuem características, necessidades e habilidades que são únicas, respeitando assim o processo de cada um. A escola precisa oferecer desafios adequados aos alunos deficientes intelectuais, valorizando suas habilidades e trabalhando suas potencialidades. A deficiência intelectual tem suas causas em situações pré-natais, peri-natais e pós natais. A intensidade do comprometimento esta relacionada a sua causa e aos fatores culturais e sociais que fazem parte da história do sujeito. O primeiro meio social em que o ser humano vive é a família, para o deficiente ela desempenha um papel fundamental no seu desenvolvimento, a partir de sua aceitação, na busca de oportunidades para o seu crescimento, ela estará contribuindo para o desenvolvimento de seu potencial. Se a família acreditar na capacidade do deficiente ele poderá usufruir um espaço mais amplo e construtivo para sua inclusão social e para o exercício de sua cidadania, tornando-se um sujeito de direitos, capaz de produzir e contribuir na diversidade da sociedade.
Colocações de Mantoan (1991,p55) são muito significativas:
\"já ficou claro que a inteligência dos deficientes evolui na medida em que se atua pedagógicamente em duas frentes: a que se refere à solicitação do desenvolvimento das estruturas mentais e a que propicia uma melhoria de condições de funcionamento intelectual. Têm-se portanto, de assegurar ao sujeito cognitivamente prejudicado uma ação concomitante de apoio e estimulação da construção de seus instrumentos intelectuais (estrutura mental) e de utilização mais ampla, adequada e eficiente dos mesmos na resolução de situações- problemas (funcionamento intelectual)\"
"A solicitação do meio é fundamental. Mesmo apresentando um quadro de deficiência mental, todos os indivíduos podem progredir cognitivamente. A educação de alunos com deficiência mental deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades, preparando-os para enfrentar o mundo que os cerca. Isso inclui o investimento na alfabetização e no cálculo e estabelecer estratégias de ação que estimulem a percepção, a discriminação , a motricidade, a autonomia, a comunicação, etc, pois essas constituirão estruturações necessárias para que as aprendizagens possam revestir-se de significado para o aluno".

Autismo


Lendo as postagens no Fórum referente a Autismo,produzido pela interdisciplina: Educação de Pessoas com Necessidades Especiais, achei interessantes as colocações de Paulo Medeiros que explicam que o autismo é classificado como um distúrbio do desenvolvimento humano. A respeito do autismo a ciência ainda diverge e muitas questões se encontram por responder. O autismo não segue o que podemos chamar de padrão, pois apresenta diversas características. Conduto, basicamente o que se observa, geralmente antes dos três anos, problemas para que a comunicação se efetive, assim como na interação com outras pessoas e no emprego do poder imaginativo. É comum que o autista olhe para o outro como se através do seu corpo, justamente porque, para ele, a outra pessoa não se encontra necessariamente presente. Falar com o autista ou chamar pelo seu nome pode nada significar. Eles são indiferentes às pessoas, ou podem demonstrar verdadeiro terror. Contudo, também pode ser observada a passividade durante a tentativa de um contato, e até reações amigáveis. Há ainda aquele autista que age de forma inadequada, não necessariamente dentro do contexto.O autismo afeta certas áreas do cérebro, acarretando uma desordem comportamental, a qual passa pela comunicação e pelos relacionamentos basicamente. A imagem que temos do autista é que eles vivam numa espécie de bolha, isto é, que construam um mundo próprio, silencioso, letárgico e passivo. A bem da verdade, quando uma criança autista fica em um canto, distante, observando outras brincarem, seu distanciamento não se dá pela apatia ou por estar em \"outro mundo\", mas porque a criança tem inabilidade para tomar a iniciativa de iniciar e dar continuidade a uma conversa, indispensáveis em tal contexto. Como todo distúrbio, pude apurar que o autismo tem suas próprias características, que podem variar de um indivíduo para outro:
1. Inabilidade para interagir;
2. Problema para estabelecer e manter contato visual, empregar os ricos gestos e expressões faciais de que dispomos no cotidiano;
3. Extremamente seletivos na socialização;
4. Comportamentos repetitivos;
5. Interesse extremado em um padrão, como o movimento circular por exemplo;
6. Assumem manias, ou seja, rotinas cotidianas;
7. Podem desenvolver interesse por um determinado tema e falar insistentemente a respeito;
8. Movimentos repetitivos, como agitar, girar ou torcer suas mãos;
9. Fixação não no todo, mas em determinada porção, como o cabelo de uma boneca ou uma única roda de um carrinho. Esta mesma fixação pode se revelar em relação a outro ser humano, ficando a tocar em seu cabelo ou sua boca;
10. Surtar quando sua rotina é alterada;
11. Tendência a seguir ao pé da letra o que alguém diz, pela incapacidade de compreender a linguagem figurada ou uma expressão idiomática.

A Deficiência Física e as Situações Desafiadoras


Lendo, a pág. 18 da leitura indicada no Cap. 1 do Livro Atendimento Educacional Especializado estudei sobre a plasticidade neural no ambiente escolar.
"O ambiente escolar promove desafios de aprendizagem. Privar uma criança ou um jovem dos desafios da escola é impedi-los de se desenvolverem. Não podemos aprisionar a nossa concepção equivocada de limitação. O estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que apesar das condições genéticas ou neurológicas , o ambiente tem forte intervenção nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver habilidades perdidas ou que nunca foram desenvolvidas. Se propusermos situações de acordo com a limitação da criança, ela não encontrará motivos para se sentir desafiada.\" \"Uma criança com atraso no desenvolvimento motor, ou com uma paralisia cerebral, quando incluída num ambiente escolar inclusivo, tem inúmeras razões para se sentir provocada e desenvolver habilidades que não desenvolveria em um ambiente segregado. Este foi o caso de minha aluna Mari(nome fictício)em 2007, do 2º ano, que tinha problemas na fala e na parte motora. Tinha problemas de equilíbrio e caminhava desordenadamente. Para chegar até a sala de aula precisava passar por duas escadarias. Os colegas se comprometeram e auxiliavam Mari ao descer e subir as escadas. Todos interagiam e gostavam de auxiliar a menina. Mari era bastante corajosa, ela nunca se deixou abater por suas dificuldades, enfrentava as situações com naturalidade. Passado algum tempo, Mari já conseguia subir e descer as escadas sozinha, somente se segurando no corrimão, os colegas, funcionários ou professores nem precisavam mais segurá-la ou apoiá-la com as mão. Mais algum tempo passado e foi notável, Mari já nem precisava mais do corrimão, já se aventurava em subir e descer as escadas sozinha , sem se segurar. Todos se admiravam da força de vontade de Mari, dos cuidados dos colegas com a mesma e do progresso que a menina teve . Apesar de ter sido arriscado a utilização das escadas ao mesmo tempo foi proporcionada a menina uma forma de superação, a menina se sentia muito feliz em poder subir e descer as escadas, sem medo.

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domingo, 7 de junho de 2009

Método Clínico Piagetiano


O Método Clínico Experimental de Jean Piaget apresenta-se como possibilidade investigativa do nível de pensamento da criança. Ao refletir sobre a teoria Psicogenética, chega-se ao Método Clínico Experimental, que possibilita à Psicopedagogia recursos para avaliação do potencial criativo e cognitivo da criança. Conhecer o nível de pensamento de um criança, justifica-se visando a possibilidade de interferências criativas, pela visão construtivista-interacionista, provocando com reflexões as desacomodações necessárias para avançar aos níveis subsequentes de pensamento.
O Método Clínico não está resumido em conversas com as crianças. Considerando que é um método para investigar como elas pensam, percebem e agem, embora seja usado a entrevista verbal, a essência do método não está na entrevista, mas sim “No tipo de atividade do experimentador e de interação com o sujeito” (Del val, 2002, p. 67).
A riqueza de situações que podem ser incluídas nas entrevistas, faz deste método um instrumento de avaliação dinâmico, interessante, revelador, criativo e reflexivo tanto para o entrevistador, como para o entrevistado.
Um aspecto que deve ser ressaltado como intrigante e motivador na aplicação do método clínico, é que o entrevistador tem diante de si um sujeito único, que tem uma coerência interna, com toda a singularidade e especificidades da condição humana. O método clínico vai procurar o que há de universal neste sujeito . As características gerais das explicações, a maneira como o indivíduo resolve os problemas apresentados, como chega às suas explicações, perceber se busca coerência, se percebe as contradições, e também, de forma mais peculiar, o que há de criatividade nas suas respostas.


Bibliografia:

BAMPI, Maria Alice Moreira. O método clínico experimental de Jean Piaget como referência para o conhecimento do pensamento infantil na avaliação psicopedagógica. 2006. 104f. Dissertação (Mestrado em Psicopedagogia) – Programa de Pós-Graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis,SC.