segunda-feira, 28 de setembro de 2009

*Leitura do Mundo e Leitura da Palavra


Como resultado de estudos do texto,Alfabetização e a Pedagogia do Empowerment Político do autor Giroux, indicado pela interdisciplina EJA, posso destacar que as práticas alfabetizadoras que considerem a união entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, tomando o diálogo igualitário como fator imprescindível, indicam que a alfabetização não pode envolver somente os aspectos instrumentais da escrita.
Segundo Giroux (1990) a alfabetização em Freire não é meramente uma habilidade técnica. A alfabetização que envolve a leitura do mundo e a leitura da palavra, é compreendida como um projeto político no qual homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstruir sua relação com a sociedade mais ampla.

"Se a educação não é fazedora de cidadania, a alfabetização, e, sobretudo uma certa forma de trabalhar a alfabetização, pode constituir-se num fator, numa espécie de empurrão necessário na busca da cidadania. É preciso ficar claro que o fato de ler hoje, o que não lia ontem, em termos de palavras, não significa que ninguém virou cidadão". ( Freire, 1990)

Bibliografia:
FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
GIROUX, H. A. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

*O Letramento adotado pela Escola


Na prática, o que se observa muitas vezes é que a escola não vem desenvolvendo atividades de leitura e escrita dentro de uma perspectiva ampla, onde haja realmente um processo dinâmico e ativo, ou seja, ler algo implica em não só saber o seu significado, mas também trazer aquilo que foi lido para nossa visão de mundo como leitor. Se a escola conceber o processo de ler e escrever como um processo dinâmico, naturalmente estará priorizando a formação de um leitor crítico e criativo, um sujeito letrado.
Existem educadores, que preocupam-se em enfatizar somente o trabalho de levar os educandos a adquirir os mecanismos básicos da grafia que lhes permitam o acesso ao mundo escrito. Aprender a ler e escrever não se restringe apenas em uma decodificação de signos linguisticos. Em nossa sociedade atual, não basta apenas dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é necessário saber fazer uso do ler e escrever, saber responder as exigências de leitura e escrita que essa sociedade faz continuamente.
Kleiman (2006) fala que agências de letramento como a família, igreja e a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes da escola que é a mais importante das agências de letramento.
Segundo Street (1984), existem duas concepções de letramento que são a autônoma e a ideológica as quais se contrapõe.
O modelo autônomo é considerado por pesquisadores um tanto parcial e equivocado, é o modelo que prevalece na nossa sociedade, vem se reproduzindo desde o século passado. Neste modelo a escrita é um produto completo em si mesmo, que não estaria preso ao contexto de sua produção para ser interpretado, no modelo ideológico podemos notar que a escrita não constitui a parte essencial, o letramento envolve também a oralidade, o diálogo e uma ampla prática discursiva.
Através da leitura do escrito, a criança poderá reconhecer não só a leitura do real, que ela já faz, mas também ascender a outras visões do mundo, com as quais poderá dialogar, modificando, enriquecendo, questionando o texto do "outro" e/ou sua própria realidade.
Bibliografia:
Kleiman, Modelos de Letramento e Práticas de Alfabetização na Escola, 2006.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As Emoções e a Aprendizagem


Ao ler o texto "Aprender com os Outros" refleti no quanto a afetividade pode impedir, provisoriamente, que um aluno compreenda um determinado conteúdo ou estabeleça uma determinada relação com as regras. Nosso estado emocional perante uma tarefa ou determinada atividade poderá intervir muito no seu desenvolvimento. Podemos sentir prazer, decepção, sentimentos de fadiga, de aborrecimento ou de descontentamento. Quem de nós já não passou pela experiência de ter que realizar uma atividade com sentimento de descontentamento e tristeza ou, o contrário, com sentimento de prazer e alegria? Realmente acredito que isto faz muita diferença na hora da aprendizagem. As emoções e sentimentos são fundamentais nos processos de desenvolvimento dos seres humanos e nas suas aprendizagens.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

*Conhecendo a EJA


A partir das leituras propostas na unidade 1 , pela Interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil, tive a possibilidade de adquirir um maior conhecimento referente ao conceito e funções desta modalidade de ensino. Tenho contatos com a EJA, pois na escola em que trabalho o turno da noite contempla esta modalidade de ensino e troco muitas idéias com os professores e alunos que fazem parte da mesma. Destaco um fato bastante interessante é que muitos irmãos e pais de alunos meus, do Ensino Fundamental do turno dia, estudam na escola à noite e sentem-se felizes por estudarem na mesma escola que seus familiares e poder auxiliá-los ou realizar juntamente com eles várias tarefas propostas pela escola. Aprofundar o estudo referente a EJA me fez descobrir que para alguns, infelizmente, a Educação de Jovens e Adultos ainda é vista como uma forma simplesmente de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram que abandonar a escola. Estes, estão equivocados, pois a EJA trata-se de muito mais, preparando os alunos em um processo educativo bastante aprofundado chegando a abranger o lado individual, social e o profissional dos educandos. Para tanto, a EJA, exerce funções como a REPARADORA que dá uma oportunidade concreta de haver a presença dos jovens e adultos na escola, principalmente para os que não tiveram uma adequada correlação idade/ano escolar em seu itinerário educacional e nem a possibilidade de prosseguimento nos estudos. A EJA torna-se uma alternativa viável em função das especifidades sócio-culturais destes segmentos para os quais se espera uma efetiva atuação das políticas sociais. Por isso , a EJA, necessita ser pensada como um modelo pedagógico próprio a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e adultos. A função EQUALIZADORA da EJA representa uma promesssa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Nela adolescentes, jovens e adultos e idosos poderão atualizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter acesso a novas regiões do trabalho e da cultura. A EJA é uma promessa de qualificação de vida para todos, inclusive para os idosos que têm muito para ensinar às novas gerações. Na função QUALIFICADORA podemos ver o próprio sentido da EJA. Nesta função a EJA torna-se um apelo para a educação permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo, a solidariedade, a igualdade e a diversidade. Cada educando poderá descobrir-se e identificar uma vocação pessoal, que muitas vezes ficou obscura dentro de si por causa de uma sociedade onde o imperativo do sobreviver comprime os espaços da estética, da igualdade e da liberdade.


Referências:
Parecer CEB nº 11/2000- Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Relator: Carlos Roberto Jamil Cury

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

* Marcas Inesquecíveis


A atividade 1 , proposta pela interdisciplina : Didática, Planejamento e Avaliação foi bastante interessante, a ponto de fazer com que me reportasse ao tempo de ginásio, relembrando com mais duas colegas que trabalham comigo e que foram minhas colegas de classe no passado, "marcas", ou melhor, características marcantes lembradas até hoje, deixadas por alguns professores que passaram por nossas vidas. Alguns deixaram marcas boas, gostosas de serem lembradas, outros, marcas desagradáveis que nos revelam o que nossos alunos não gostariam que fizéssemos.
Então, comecei a refletir:
Quais serão as marcas que deixo a meus alunos? Para muitos, espero que sejam marcas agradáveis e boas.
Quero ser reconhecida como uma professora que realiza um trabalho não alienado, de interações. Como alguém que tem capacidade de conhecer o desenvolvimento dos educandos. Quero ser vista como uma amiga, que na sala de aula, trabalha juntamente com os alunos de forma significativa, num clima de amizade, respeito e afeto, dando aos mesmos apoio e subsídios necessários para uma verdadeira aprendizagem.
Piaget (1984:15) é afirmativo em relação ao papel do professor:

"Mas é evidente que o educador continua indispensável, a titulo de animador, para criar as situações e armar os dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas úteis à criança, e para organizar, em seguida contra exemplos que levem à reflexão e obriguem o controle das soluções demasiado apressadas: o que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com as transmissões de soluções já prontas".

Referência:

PIAGET, Jean. PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO? 8. ed.Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio,1984.